Eu sou o capitão deste barco:
Já tive os braços fortes e bem firmes no leme
E costumava mirar o oceano com o olhar experiente,
Pois já passei no mar desta vida
Por muitas intempéries.
Mas os braços mais fortes também cansam
Quando todo o barco balança e treme.
E nas noites de tempestade e mar revolto
Se turva até o olhar mais experiente...
Não há como saber qual direção é rumo certo.
Então cerro meus olhos e solto o leme
Para que Aquele que tudo sabe,
Que tudo vê e que nunca cansa,
Ajuste minhas velas através de seus ventos
Para que em águas calmas o meu barco chegue.
E que nesse lugar seguro,
Meu corpo e meu espírito
Possam descansar e se refazer.
Senhor, eu não desejo fugir das lutas
Que sei que vim enfrentar nestas águas,
Mas minha alma também precisa
Do Teu refrigério e da Tua proteção.
Oriente meu barco, pois ele se encontra
No meio do nada, no meio do caminho:
Já não posso voltar para o ponto de onde parti
E ainda não consigo avistar onde preciso chegar.
Me encontro na metade...
Com a metade das forças
E da coragem que um dia tive.
Minhas certezas também já são parcas,
E só Tu poderá me guiar.
Que Teus ventos, mesmo quando tempestuosos
Me direcionem sempre
Para onde for o Teu desejo me levar!